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Referências

A vida é dura e eu não posso ser flácido

Cada dia uma ramela vivo a minha vida a máximo
Salto pela janela se me fecham uma porta
Agora só perco tempo com aquilo que importa
Oportunidades são tantas e umas tantas tu espantas
Não importa se cais mas a maneira como te levantas
Importa seres o que cantas ser real na realidade
O povo é quem mais ordena nesta maldita cidade
E exijo a minha mudança, se uma lágrima dança
No rosto de quem e por quem um sorriso em mim lança
Mas agora já não espero, se quero é p'ra alcançar
Sincero como zero motivos para alguém me odiar
E ás vezes mal interpretado e sou mal interrogado
Porque todos apontam o dedo, sem conhecer o meu lado
E eu fiz uma pesquisa profunda para ver o que me afunda
Era vida de desbunda agora é pontapé na bunda
Todos falam mas ninguém muda ninguém entre se ajuda
Fecha mais a boca e abre mais os ouvidos
Aprende com erros que vais ter ou os já cometidos
Ouve os já falecidos, a vida vale sempre a pena
Não sejas frio nem quente vive de cabeça amena
Alta tenção, malta atenção, venho em pressão
Causando a tua depressão, depressa vão
Depressa vêem, depressa perdem, depressa têm
Na vida nada é posso, é um empréstimo a longo prazo
Eu faço aquilo que eu posso,e tão cedo daqui não bazo
Amo demasiado a vida, sinto que este é o meu espaço
Tu mudas de ano a ano eu mudo de passo a passo
Referências em frequências verdades não são tendências
Putos que snifam ansiedades deviam fumar paciências
Geração sem identidade só rimam p'ra sentir vaidade
Eu rimo p'ra saber quem sou e com quem vivo em sociedade

Selva de Betão

Hoje vou p'ra longe de postura descontraída
Esquecer que a vida é um beco sem saída
Bilhete de ida mas não deixo despedida
Vou só matar saudades na cabeça corroída
A minha volta é só rotina horários e postura
Só gente com mania e malucos sem desculpa
Não aceito esta pressão nesta selva de betão
Somos a geração do ponto de interrogação
Vivemos livres e aprisionados de sonhos afortunados
Sabemos onde queremos ir mas os meios foram roubados
Por melicías de policias por entraves de magistrados
Por justiças que são postiças que nos assaltam aos bocados
E é ao fim do dia quando calha acender as kayas
Esquecer que o sistema são canalhas feitos de falhas
Só porque eu queimo a vossa inveja em mortalhas
Têm tanto materialismo e na cabeça são só tralhas

E não é o ganza que eu fumo que me dá a revolta
É a tua ganância que me deixa no fundo da cepa tora
É as lágrimas que escorrem no rosto da minha cota
É acordar com perguntas e adormecer sem resposta
Obrigado a estar disposto a algo que não era suposto
Esfolar-me p'ra não ter nada e tu tudo e no encosto
Hoje só és alguém com posto com falsidade no rosto
Porque hoje só tens carreira com carreira no nome posto
E já não se oferecem sentimentos só se compram montras
O amor está próximo é curioso como tu não o encontras
Esse dedo que tanto apontas, esqueces que também desapontas
Já não se estudam pessoas, só se analisam contas
E eles não sabem e criticam mas nunca visualizam
Rastafary é consciência que eles nunca prejudicam
Não falta amor irmão só falta amar
Positividade, verdade e educar
A verdade não tem versões nem existe meia tese
O meu povo vive a vida consoante o rico lhe apetece
Somos fogo faray, somos fogo faray
Babilônia o que sobe também cai

Pinto o Meu DiaCom Ney )

(Ney)

Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Sem dores e apatia..
Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Com valores e euforia..

Hoje acordei e era comum sermos um
Cinismo e hipocrisia não se viam em rosto algum
O respeito e união pintavam as ruas da cidade
Os egos eram grandes e desfilavam sem vaidade
A justiça era realmente cega e deixará de ser postiça
A diferença era respeitada numa sociedade mestiça
Onde quem fumava marijuana educava estereótipos
A crise era luxuria, momentos com pouco eram óptimos
Respeitava-se o planeta não havia desastres caóticos
Viver era menos sacrifício, todos eram menos católicos
Ninguém nascia deficiente, ninguém tinha um acidente
Não se cortava nenhum membro, a não ser o presidente
Eles não viajavam a minha custa, fingido ser uma causa justa
Hoje acordei neste dia em que dar o meu voto não me assusta
Em que o Coelho era menos rato e ninguém raspava o prato
Onde a morte só depois dos 90 entrava em contacto
Tudo era mais exacto e tudo era mais expressivo
Nervos tinham paciência, tudo era mais compreensivo
É a Utopia dos meus sonhos, toda a gente era livre
Dava graças ao que tenho não chorava aquilo que não tive
Ás vezes sinto que penso, num universo paralelo
Onde os sorrisos eram felizes nenhum deles era amarelo
Não era um papel que faria uma pessoal legal
E não faria papel de parvo para pagar Portugal

(Ney)

Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Sem dores e apatia..
Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Com valores e euforia..


Hoje sou eu quem escolhe a cor, e tu quem colhe a dor
Sente na pele o custo da vida que encolhe o teu valor
Não teria que ser doutor p'ra a minha comida ter sabor
O estado era mente aberta com pensamento sem bolor
Não havia camas na rua, ninguém dormia debaixo da lua
Todos éramos independentes com uma vivenda igual a tua
Não éramos baratas tontas, com contas baratas
Não havia corrupção das gravatas e beatas
Daqueles dias, que viramos o Mundo ao contrário
Pintei o dia com uma cor que nunca vi no calendário
Sem divisões nem custos, sem sustos e sem preçário
Pintei um Mundo de primeira em que o respeito era o primário


Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Sem dores e apatia..
Porque hoje pinto o meu dia com cores e harmonia
Com valores e euforia..

Hip-Hop Urra ( Com Xikaya )

Eu canto quebra cabeças eles cantam quebra corações
Parecem crianças com birra a precisar de atenções
Ostentação é sinónimo e a revolução um antónimo
Agora és conhecido mas vais morrer como um anónimo
Eu levantei-me e saí do teu rap levanta-te e ri
Só foges aos problemas que há por resolver por aí
Hoje só bate tudo o que é fútil, só o dinheiro aqui é útil
Até as mulheres  gostam dos clips que a fazem sentir inútil
Nervos estão a flor da pele mas o sentimento não é profundo
Abanam tanto a cabeça que deixam cair o parafuso
Só vejo alguém sem amor próprio e no fundo algo confuso
Vejo pouca revolução em tanta reprodução do rap luso
Na rádio e televisão só bate o que desonre esta arte
Tudo o que não fale de festa é simplesmente posto aparte
Mas no mundo eu não vejo motivos p'ra agora celebrar
Enquanto o sentido da vida apaga-se porque o estão adiar
E uns estão-me a odiar, porque a verdade é assim
Irresponsável como quando Abel matou Caim
Usam a língua de Camões para encher a barriga
E com a cabeça vazia, o instrumental cria ferida


A vida impõe limites, iluminei-me com a mente
A sina repõe o que é justo, reafirmei-me diferente
E é divergente quem me sente indiferente
Não é inteligente ou mente constantemente
Sobre o que consta na mente, o que demonstra a minha gente
Meu rap mostra e sente e não encosta se não vende
Não é uma proposta indecente, p'ra tar la loja de repente
Prefiro esperar e oferecer algo mais que suficiente
Mostrá-lo mais coerente, menos luxuoso e mais perigoso
Com mais esforço e luminoso e um motivo mais curioso
Quero ser livre e ser lido, como se fosse um livro
Não disparar para o ar, ter sempre um alvo para o tiro
P'ra ter um álbum prefiro, ter razão quando me refiro
Por haver um não não me retiro nem faço marcha atrás
Se não o vives para o cantar então nunca alcançarás
Eu faço música a ti é a música que te faz


(Xikaya)

Isto é hip-hop don't stop desde back in the day
Por nada eu troco quando me foco, cantar é tudo o que sei
Escuto o lá fora Miratejo aqui é o posto
Queres ser a cara da moda real rap não tem rosto


Andei a acartar a vida ás costas, a encartar respostas
A descartar as proposta pelo sistema impostas
Quero algo ambulante e distante do teu pó da estante
Algo que oiças daqui a 10 anos e não só neste instante
Interactivo e Interventivo, bem mais do que atractivo
Algo que eu vivo e que sou, é irrelevante se é lucrativo
Música intemporal, sentida em 2000 e 70 e tal
Tenho o skill e a moral, now you feel Portugal
Folgo em saber, que afogo qualquer um ser
Que é de propósito alguém e não o é sem querer
Não é humildade é humidade de tanta água que metes
E a identidade é idêntica à indústria que tu segues
Não quero ser mais uma cópia, ou motivo de cólica
Ser o que não é suposto, pensar fora da lógica
Conquistador constrangedor, falo de amor e de dor
As ruas atrás de mim eu atrás delas p'ra onde for!

Mesmo Osso

Querem ver-me morto e calado mudo e formatado
Mas dou o corpo e cara, não sou surdo sou informado
Conheço bem a farsa e raça desse homem babilónico
Tiram-te a casa e a graça deixam em modo analógico
Aqueles que metem a coca e cavalo na rua p'ro estalo
São os mesmos que te acusam que andas na rua a traficá-lo
E eles insistem em nega-lo, e fazerem de nós um gangue
Olha bem p'ra tuas mãos, não são as minhas que têm sangue
São esses bancos, que não são francos, dos euros até aos francos
O dinheiro deles é o nosso trabalho, somos nós que suportamos
Muda teu consumismo, não ofereças poder ao capitalismo
Ok dá te valor material... logo dá-te mais egoísmo
Porque hoje para subires na vida só subindo ao escadote
Não aches que és livre não és dono da ordem mais forte
Claro quem vive neste caixote, neste betão que o suporte
Onde a tua voz só é ouvida pela sua polícia de choque
E ainda há quem não note, quem não acredite numa Seita
Não acredita e não aceita, que a verdade não é eleita
A gente acorda a gente deita, enquanto eles fazem dinheiro
Nós só temos as horas, são eles que têm o tempo inteiro

 


Tiraram os homens das terras, tiram as redes do oceano
Desertaram o Alentejo, Algarve é Inglês e Italiano
Meteram-nos em bairros sociais, para terem telejornais
E é sempre a verdade deles que compra todos os canais
Isto é só marcas, e estatutos, concorrências de lucros
E interesse pelo teu presente, só se o teu futuro der lucros
Tendências vêem em revistas,com frequência aqui há revistas
Ricos fecham-se no condomínio, vivem numa visão sem revisas
Jah! eles matam-se uns outros, como se fossem adversários
E há muito que a Independência deixou de fazer aniversários
Não somos pessoas somos preçários, não há efectivo é só precários
Compra-se tudo lá fora como se não tivéssemos bons pátios
Boas terras mediterrânicas, uma vasta costa oceânica
O pulso firma dum homem foi trocado por uma mão mecânica
Não vejo ciência nem vejo crença no cinzento do cimento
Só vejo violência, pobreza e doença e injusto vencimento
Vivo com susto no tempo, devido a um sujo Governo
Eles que se escondem e que esquecem que Portugal pequeno
Oh povo ganha um novo esforço, tira esta corda do pescoço

Todos feitos da mesma carne, da mesma pele do mesmo osso!cê.

Pedaço de Paraíso

Quem está no ultimo degrau já só pode subir
Não te sintas a obstruir a vida ainda pode fluir
Era saber dividir mas a sociedade é egoísta
O mundo é a cabeça deles não o que vêem da a vista
E já não se faz uma pausa para pensar qual é a causa
E só se faz uma causa para o contracto ou p'ra pausa
E não me tentes definir, pois eu sou abstracto
Sou um rastafariano vivo no equilíbrio exacto
Entre o tempo e o espaço, entre o erro e fracasso
Entre luta e o cansaço, música é tudo o que faço
Ritmo e melodia em tudo na vida é o que eu oiço
A vida é desequilibrada mas sempre fui bom de baloiço
Tenho identidade própria e um óbvia retórica
Por mais que desenhe palavras a mente é sempre eufórica
Muitos seguem as luzes mas não pensam na lógica
Vejo-os a viver uma felicidade em ilusão de óptica


Porque tudo na vida tem um motivo..
Procura o teu para te saberes manter vivo..


Se não está tudo ao contrário então chamei-me de otário
Pois eu sinto-me a calejar como um sonhador precário
São vinte e quatro sobre sete, das sete às cinco
Dizem para não ser piegas e apertar o cinto
Sem dinheiro assim eu fico e o rico fica mais rico
É com esta babilônia que eu não me identifico
Quero voar mas aqui é fico, quero valor não prejuízo
Acho que todos merecemos um lugar no paraíso
Porque eu vi caras mas também vi corações
Vi coisas raras outras sem emoções
Fiquei com marcas do que foi outrora
Tudo me definiu o que eu sou hoje agora
Embora não nem tudo o que veja seja p'ra ser
Descobri sozinho o que me faz crescer
Nem toda a idade é experiência, nem todo o tempo é paciência
Foi vendo a burrice dos outros, que formem a minha inteligência

Heróis do Mar ( com Ney )

Man eles dizem que são quem gere este país
Mas geraram uma geração mais triste e infeliz
Não vejo emprego tão cedo, vejo negro o enredo
E vejo que fizeram toda a gente andar com mais medo
Essa insegurança que faz capitais terem um meio lucrativo
A quem tu pedes segurança, são quem te dá o motivo
Porque é que tenho que imigrar do sítio de onde nasci
Onde vivi, onde aprendi onde vi onde sorri
Longe de mim não impor o pé a esses cabrões
Hoje sou assim, como Zeca Afonso nas canções
Contra o fascismo, contra opressões e divisões
Disseram-me que um simples homem pode mover nações
Pois eu tenho os conhões, no sitio afirmado
Eu dou a cara sim, mas há uma luta no anonimato
E tu distrais-te em discotecas, em futebol e curato
Eles abrem champanhe tu vais racionando o prato


(Ney)

Heróis do Mar eles dizem que são.. Heróis do Mar..
Heróis do Mar de uma só nação.. Heróis do Mar..


Vais realizando o que é chato, e as sobras do jet-set
De tudo e todos estás farto e não há sobras no cheque
Dizem-me que isto são ciclos e já outrora se repetiu
Pa puta que vos pariu, uma dor destas nunca se viu
Como se canta Heróis do Mar a alguém que afunda o navio
Não foi por brumas da memória, eles seguiram um desvio
Chamam-me de terrorista e eles que pedem o resgate
Somos Portugal continental, São Bento é uma ilha aparte
Protegida por fardas , formadas à base de raiva
Nas esquadras disseram que o povo aqui não piava
E a piada disto tudo? Ma men eu não sei
Penso que este som diz tudo, até aquilo que não sei
Cavaco roubou o cravo, hoje és um robô e um escravo
Já só te sentes livre quando ouves aquilo que eu gravo
E antes falar caro, do que ser um fala barato
Não cries beef comigo, luta pelo bife no teu prato

Altos e Baixos

Vivemos altos e baixos, andamos sempre na corda bamba
E quando tudo corre bem não dura mais que uma semana
É o patrão ou é a dama, ou a cota ou falta de grana
Ainda tenho que levar com merdas de quem não me grama
Já outros dias parece que está tudo do lado oposto
O dia corre bem no próximo acordo bem-disposto
Então festejo com os meus após o sol posto
E é uma mistura de expressões que trago sempre no rosto
É karma sem calma que trazemos sempre connosco
A vida tá sempre a dar lições e eu ando com o meu estojo
Sou um puto novo do povo acredita que eu tenho estofo
A sociedade está tão velha que as ruas cheiram a mofo
Aceito as minhas mazelas são com elas que me movo
Reflexões singelas e as sequelas  me comovo
Mudanças constantes de humor mas não oscilo o meu valor
Eternamente positivo o modo é de paz e muito amor


Hoje tá tudo bem amanhã está tudo mal
Refrões das nossas vidas nunca nada está igual
Só o tempo é imortal e a dor é ocasional
Escolhes-te ser o ser diferente agora vive emocional


Fazer errado não convém, mas sei que nem sempre sei
Ter um karma emocional é sempre algo que faz de ti refém
Então tirando o que está mal de resto está tudo bem
Quando dizem que não és alguém mostra que não há mais ninguém
A vida é feita momentos que passam a fragmentos
Quando as coisas batem certo os minutos são tão pequenos
É com erros que nós crescemos, mas não muito dos mesmos
Acreditamos quando acontece, não acreditamos quando lemos

O Mesmo na Mesma

Spit that fyah, give faya pra acender o meu kaya
Escrevo rimas entre linhas fluidas da mortalha
Quem está comigo está comigo quem não esta estivesse
Há sempre um invejoso que nao me aquece nem me arrefece

Não faço um esboço a vida não se passa a limpo
E quando eu era moço dei cabo de tudo em que acredito
Ás vezes perco a direção porque adormeço na dureza
Em que a dor e a desilusão já não são um factor supresa

Cartaz voam da mesa, quando me caiem tempestades
Sempre real e firmeza, da boca só me saem verdades
Da cabeça saudades graves quando tu amigo partes
Tudo o que eu sou é explicável através das minhas frases

O desconhecido invado adoro um bom desafio
A vida só me aquece a cabeça tenho o coração frio
Batalho dias a fio, por valor do meu imenso esforço
O quanto baste apenas para tirar a corda do pescoço

Sinto no músculo e no osso, no peito e na pele
O facto da felicidade nem sempre me ser fiel
Mas é com bom mel, que os meus dias vão voando
Não digas que é cruel, quando as portas me vão fechado



Spit that fyah, give faya pra acender o meu kaya

Escrevo rimas entre linhas fluidas da mortalha
Quem está comigo está comigo quem não esta estivesse
Há sempre um invejoso que nao me aquece nem me arrefece

Diamante de Sangue ( com Xikaya )

Diz-me então com quem contas, quem tu elogias
Os sorrisos com quem contava perderam-se nos meus dias..
Fizeram-se minorias, disseram que não irias
Viver com dinheiro de sobra para as tuas manias
Se antes já temias, agora teme a dobrar
Se antes já não vivias, zimbora manifestar
É hora de ir cobrar, aquilo que te pertence
O que o teu cansaço vence, por ti não há quem pense
Por egoismo deixam-te tenso
Por mais deixa-te teso
Eu sismo naquilo que eu penso
O ar é o meu peso
Sinto um esforço imenso, por ele não me dão preç
Tenho certezas que ganho menos daquilo que eu mereço
Sem ouro no berço, e do meu nunca me esqueço
Memórias com gesso, um ardor coeso
Com o meu respeito acesso, ao defeito eu não acedo
Sinto que ainda é cedo, sinto um pouco de medo
Que faz dar valor, no que eu ando o que eu faço
No tempo, no espaço, no momento exacto
Dá-me um tempo que eu parto, daqui para fora
País que egnora, o que a tua cabeça explora

O que tu queres agora, se precisas de uma hora
Safoda se não tens forma, de chegar a horas
Saf**a se não tens reforma ou um sitio onde moras
Saf**a se namoras saf**a se penhoras
Safoda se pioras, não tem valor aquilo que tu choras
E fazes mal pelas costas, sentado com o sofá nas costas
Fecham janelas para além de portas, já declaras-te já não importas
Quanto mais tu suportas, até um golpe de estado
Estão-te a fazer um molde de parvo, sai desse modo escravo
Sente o poder do cravo, sente este som eu eu gravo
És mais do que eles querem, és paz que eles não ferem
Mostra amor à vida medo a morte, que eles cedem

 

(Xikaya)

Diamante de sangue brilha no teu cantar
Tuas palavras chegam ao mundo para conquistar
Não nos vamos render ao que nos estão a fazer
A vida é foda revolta-te para viver

É Péssimo ( Com Da Buddha )

Quem muito fala pouco aprende, deixa ver, não ri nao sente
Fecha os olhos e abre a mente, para um pensamento fluente
Fora do tempo, é assim que eu vejo o teu pensamento
Fora da hora, que vejo a tua vida ir embora
Outrora tu já foste bem melhor  capaz
Agora vejo um rapaz sem brilho e sem paz
Mas.. Faz-te a vida, porque eu já vi a minha esticada numa linha
Eu só não quero que passes por aquilo que eu passei
Irias provavelmente desiludir a tua mãe também
E eu sei, que mudar é complicado
Acredita que eu sei porque eu já estive desse lado
Renegas o medo, mas estás com medo disto tudo
Tentas ficar no fundo, cego surdo e mudo
Renegas o medo, mas estás com medo disto tudo
Tentas ficar no fundo, cego surdo e mudo
E a vida? Essa dá voltas e voltas
Eu sei que se tu fores nessa mano, tu já não voltas
Se precisares de ajuda não hesites em pedir
Porque amigos são feitos não só p’ra te fazer rir
Mas sim sorrir, e te impedirem de cair
No fundo eu sei que sabes, e tu mereces
Outra oportunidade e mil e uma preces
Passas-te por duros ventos e marés
Caminha com a cabeça e não só com os pés
Porque a mentira age pela calada, a cabeça não pensa quando está zangada
Apaga-se e torna-se ofuscada.. Vê lá se acalmas e vais mais devagar que a vida
Cada interesse tem o sei tempo e é a existência que nos ensina
Inteligência não tem idade e eu não aceito o teu espanto
Abre o teu ouvido e a tua mente, que é para eles que eu canto



(Da Buddha)

A vida é foda, mas eu ei de mostrar o meu empenho

Em cada rima que exponho eu tenho na mente um sonho
Que só compreendo no sono porque a vida se opõe
Trabalho rotineiro só faço o que gosto quando o sol se põe
E quem me dera dedicar o meu tempo
Inteiramente a esta merda que me deixa diferente
Onde eu vi que posso ajudar e educar muita gente
Mas a boa vontade, sabes? Nunca dura para sempre
Mano, eu compreendo partilhámos experiências
Cada um leva seu caminho não há tempo pa ter crenças
Cada um com suas vivências não perdoo inocências
Já tens idade pa ter responsabilidade pelo que pensas

E no que pensas, boy acredita eu já pensei
E hoje faço muita que no passado julguei
Ser o errado mas é passado que eu já passei
Futuro que ontem vivi deixa o presente aquém
Daquilo que eu queria manter perto de mim
O amor de pessoas importantes que eu já perdi
Ficaram pelo caminho neste mundo que eu não pedi
Será que vou acabar sozinho não quero ter esse fim

Saída de Emergência ( com Da Buddha )

9 meses no liquido da vida, hoje liquido da bebida
Por mais que caminhe na estrada nunca me agrada a saída
Vai ser um filho ou uma filha? Só uma mulher p’ra vida?
Mesmo sem estudos será que os custos serão maiores que a minha divida
Vou ter pecados ou atitudes, vai ser fácil ou vai ser rude?
Será que o que vou ver ao espelho apenas me desilude?
Mas decidir é uma virtude e as portas vão e vêem
Não quero passar uma vida com inveja do que os outros têm
E não te vou mentir, as coisas não vão ser fáceis
Amigos vão partir e as saudades vão ser frágeis
Portas vão se abrir, mas com pessoas detestáveis
Nem sempre vais sorrir, mas tempos são recicláveis
Homens não são domináveis só eu comando o meu sonho
Amigos são incondicionais só eu sei onde os ponho
Caminhamos em vias, liberdade é um traço continuou
Por mais que aqueça o motor, nunca te vou deixar sozinho

Será que quando esticar a corda me aperta o pescoço?
Será que vou viver uma vida de homem ou apenas um esboço?
Será que vale a pena o esforço e o peso no osso?
Será que vou ver dinheiro nas contas, ou nada no bolso?

(Da Buddha)

Boy eu estou preso numa vida e não me prendo a ninguém
Correr em busca da saída, para sair sempre bem
Estou muito aquém da vida bela não me sinto refém
Que ainda ontem tive preso no ventre da minha mãe
Agora penso no que vejo, penso no que oiço
Ainda são muitas as quedas que me partem o pescoço
E com o tempo desapareceu necessidade
De viver com a noção errada da realidade
Agora sei que não é fácil ver o ritmo que a vida leva
Quando te orientas do teu, amanhã já tás na merda
Mano é foda e eu sei disso já caí no prejuízo
Ao acordar sentir que tás a um passo do precipício
Mas eu consigo e sou mais forte que a queda
Levanto a cabeça e serro os dentes pronto p’ra guerra
Eu estou na estrada e ninguém pára uma ideia tão forte
E para travar a minha luta, estás a enfrentar a morte

Será que quando esticar a corda me aperta o pescoço?
Será que vou viver uma vida de homem ou apenas um esboço?
Será que vale a pena o esforço e o peso no osso?
Será que vou ver dinheiro nas contas, ou nada no bolso?

Rosa Dos Ventos

Ontem tava decidido, hoje sinto-me confuso
Tenho um sonho decidido mas o futuro é difuso
Sinto o coração gelado mas não deixo de lhe dar uso
Vivo assustado pelo Estado espero ser só um susto

Revoltado contra o abuso da autoridade policial
A verdade da mentira é invertida no canal
A indústria musical é só festa ou romance
Essa falsa felicidade faz com que o Mundo não avance

Dá-me uma chance, sou inteligente o suficiente
Fazer com que essa gente dance ao som do que é consciente
É um dom ser-se diferente, sem ter o tom de arrogante
Sei de onde venho, pra onde vou não é importante

Sei com quem posso contar, confrontar e confiar
São alguns poucos e loucos e livres de sonhar
Com maneiras e sem vergonhas de ser o que queremos
Se um tá na merda vamos ao fundo e juntos erguemos

E a minha história de vida? Prefiro nem dizê-la
Tenho uma dor intemporal prefiro contê-la
Amo a vida que vivo, tento fazer por merecê-la
Sonho mais com o futuro não perco tempo a revê-la

E a minha mãe é só vê-la cansada deste Governo

Envelhecida, entristecida, o filho no desemprego
Vou buscar forças a onde não sabia que as tinha
Escrevo sobre a minha dor a minha música é minha

E o que se avizinha nem sei se são bons tempos
Alma calma e tranquila vou ao sabor dos ventos
O que me acalma é sensimilia e o valor dos momentos
Nada me cala ou se assimila aos meus pensamentos

Rosa dos ventos contra marés e tempestades
P’ra alguns sou má rés porque lido com verdades
De lés a lés, carrego a minha mensagem
Confirma quem és, porque não és essa imagem

Ganha coragem, o sentido da vida é outro
Nessa viagem o troco da vida é ouco
E a desvantagem é que o tempo aqui é pouco
Respiras uns 70 o resto da vida vives um morto

Só quero o meu lugar sem o tirar a ninguém
Dar motivo aos 9 meses que tive na minha Mãe
Dar sentido ao motivo porque canto e respiro
Emotivo e divertido, é no Mundo que me inspiro!

Sou uma Rosa dos ventos com falhas e erros
Com sonhos e coragem com kayas e medos
O que importa é a viagem no fim todos morremos
O que não nos deixaram ser é aquilo que seremos

E arrependido claro que estou, correspondido claro que sou
Se o feedback é sempre bom no final de cada som
Se não há coragem nem mensagem de nada vale o flow
Se só queres vista e revista o teu som é só um tom

Trago a língua afiada e não tenho tento na língua
Tenho o sistema por perto mas a visão é longinqua
Menos mania, mais humilde que a vida não é um filme
Poucos me supreenderam a maiorparte desiludiu-me

Isto é Bairro isto é stress onde a merda acontece
Sabe-se a vida de toda a mas ninguém se conhece
Sou Miratejo e há quem se esquece do vosso alicerce
Somos Miratejo a influência de tudo o que aparece

Isto é roots rock reggae, rebel with a cause
O coração é sempre maior que o dinheiro que tenho em posse
Culpa toda a gente sente, mentir toda a gente mente
Alguns o escondem mas todos têm o medo cá dentro

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